Tipos de Colchões: Molas, Espuma, Viscoelástico e Mais
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O colchão certo é um fator essencial para noites de sono reparadoras e para evitar problemas de saúde. Cada pessoa tem necessidades diferentes – peso, posição de dormir, tendência a suar ou a dores nas costas – pelo que é importante conhecer os vários tipos de colchões disponíveis, especialmente quando se considera que um colchão deve durar em média 8-10 anos e que cada modelo (molas, espuma ou viscoelástico) tem vantagens e desvantagens próprias.
Neste artigo vamos explicar de forma acessível como funcionam os principais tipos de colchões – de molas tradicionais ou ensacadas, de espuma comum, viscoelástico (espuma de memória), de látex, ortopédicos e híbridos e a quem cada um se adequa melhor. Abordaremos ainda problemas comuns (alergias, postura, insónia, dores lombares) e como cada tipo de colchão pode ajudar ou não em cada caso. Ao fim, reforçamos que testar o colchão na prática é fundamental para uma boa escolha.
Os colchões de molas têm um núcleo composto por molas metálicas que fornecem suporte firme ao corpo. São o tipo de colchão mais clássico e evoluíram ao longo dos anos, tendo surgido tecnologias inovadoras como o caso das molas independentes ensacadas (ver secção seguinte).
Vantagens:
- Grande ventilação interna proporcionando ambientes de sono mais frescos e com pouca humidade;
- Boa repartição de peso e firmeza estável;
- Geralmente mais baratos e resistentes ao desgaste.
Desvantagens:
- Opções mais económicas são normalmente mais rígidas e precisam de camadas macias extra para conforto;
- Apresentam sempre algum ruído ao mover-se no colchão.
Para quem é indicado?
Os colchões de molas são ideais para quem procura um suporte firme e uma cama fresca. Pessoas que tendem a sentir calor ao dormir ou que vivem em zonas quentes e húmidas beneficiam da elevada respirabilidade deste tipo de colchão e é por esta razão que são a tipologia de colchão mais vendida em Portugal. Dada a existência de inúmeras tecnologias de molas, estes colchões são recomendados quer para pessoas que dormem sozinhas quer para casais que se mexem muito durante a noite ou partilham a cama graças à tecnologia de molas ensacadas que isola bem o movimento entre parceiros.
Quem dorme de barriga para baixo ou de costas, e precisa de suporte para a coluna, deve dar preferência a colchões de molas mais firmes. Em contrapartida, quem tem dores no quadril ou ombros pode sentir falta de contorno e para este caso é recomendado um colchão de molas com firmeza intermédia e que apresenta camadas de enchimento de conforto.
Os colchões de molas ensacadas são uma variante avançada dos colchões de molas. Cada mola fica dentro de um saquinho ou bolso de tecido individual, funcionando de forma independente.
Isso significa que as molas não se tocam diretamente provocando muito menos ruído no colchão e maior conforto para os casais que dormem juntos dado que o movimento de cada um no colchão não provoca trepidações no resto do colchão.
Isto resulta em boa firmeza, acompanhada de adaptabilidade e alta independência de leitos.
Vantagens:
- Combinam firmeza no suporte com melhor adaptação ao corpo;
- Evitam quase totalmente a transferência de movimento (bom para casais);
- São mais silenciosos;
- Geralmente têm melhor ergonomia que as molas tradicionais porque acompanham camadas de enchimento no topo do colchão.
Desvantagens:
- São normalmente mais caros que colchões de molas simples;
Quem deve escolher um colchão de molas ensacadas?
Este modelo é excelente para quem quer o suporte das molas com maior conforto adaptativo. É indicado a casais que valorizam a independência de movimento, a pessoas com dores localizadas (pois as molas isoladas aliviam pontos de pressão)e a quem procura durabilidade superior.
Uma pessoa que dorme de lado poderá beneficiar das molas ensacadas pois permitem um certo afundamento nas áreas de ombros e ancas mantendo os quadris alinhados, mas deve procurar colchões com firmeza intermédia e com camadas de enchimento. Já quem prefere uma superfície homogénea e rígida deve procurar colchões ensacados com menos camadas de enchimentos e com maior firmeza no colchão mais. Em geral, são recomendados para quem valoriza um colchão respirável, durável e de qualidade superior.
Os colchões de espuma têm o núcleo totalmente constituído por materiais de espuma sintéticos (geralmente poliuretano) de diferentes densidades, com exceção dos colchões de espuma látex que podem apresentar látex natural.
A espuma de poliuretano é a mais comum e, em geral, a mais acessível. Existem espumas de densidade alta (mais duráveis e firmes) e de baixa densidade (mais leves, mas menos resistentes).
Vantagens:
- Preço acessível;
- Leveza e facilidade de transporte;
- Podem distribuir razoavelmente bem o peso (ajustando-se um pouco);
- A espuma de boa densidade é durável e firme;
- Algumas misturam espumas para conforto (por exemplo, espuma viscoelástica).
Desvantagens:
- Colchões de espuma de baixa densidade (de preço económico);
- Desgastam-se depressa (às vezes em 1-2 anos);
- Podem acumular calor e humidade se não forem de alta qualidade;
- Oferecem menos alívio de pressão comparados ao viscoelástico;
- Algumas pessoas sentem falta de suporte suficiente para a lombar.
Quem deve escolher um colchão de espuma?
Os colchões de espuma podem servir bem quem procura algo econômico e leve. São indicados para camas de crianças, para pessoas com peso mais leve, ou como camas suplementares (sobrecamas). Também podem ser usados como camadas em camas articuladas (pois dobram facilmente). Não são a melhor escolha para quem sofre de dores lombares graves, pois podem ceder demasiado.
Quem dorme de lado pode gostar de camadas de espuma para suavizar ombros e ancas, mas precisará de densidade média-alta para manter a coluna alinhada. Em termos de problemas comuns, colchões de espuma não eliminam ácaros ou alergénios por si só, mas sem molas podem acumular menos poeira no interior. No entanto, não têm propriedades anti-alérgicas especiais (ao contrário do látex ou viscoelástico). Em suma, são bons para orçamentos baixos, mas requerem cuidado ao escolher densidade e firmeza adequadas a cada corpo.
Os colchões viscoelásticos (espuma de memória) surgiram nos anos 90, com origem em tecnologia da NASA para aliviar a pressão nos astronautas. A espuma viscoelástica é um tipo de poliuretano especial, termo-reativo, que reage ao calor e peso do corpo moldando-se lentamente. Importa salientar que o viscoelástico nunca forma parte do núcleo do colchão, sendo sempre parte da camada de enchimento deste.
Com isto significa que os colchões de viscoelástico podem ter núcleo de molas ou núcleo de espumas de alta densidade. Os colchões de molas com viscoelástico ficaram conhecidos no mercado como colchões híbridos (ver secção seguinte), enquanto que os colchões de viscoelástico com núcleo de espuma são normalmente apelidados de colchões viscoelásticos.
Vantagens:
- Adaptam-se rigorosamente ao formato do corpo, aliviando pontos de pressão (ombros, ancas), o que pode melhorar dores musculares e circulação;
- Proporcionam excelente apoio à coluna, adequando-se a qualquer posição de dormir;
- São altamente indicados para casais ou quem se move muito – absorvem os movimentos e reduzem vibrações, de modo a não perturbar o parceiro;
- Por não acumularem humidade, são uma boa opção para quem sofre de alergias.
Desvantagens:
- Têm menor respirabilidade (o corpo fica em maior contacto com a espuma), o que pode criar sensação de mais calor durante a noite;
- A sua superfície cede à pressão do corpo e com este efeito reduzem a sensação de firmeza do colchão que pode dificultar movimentos na cama e por isso pode não ser recomendados a pessoas com idade avançada e com dificuldade de movimentos; costumam ser pesados e difíceis de manusear nas trocas de lençois;
Quem beneficia mais do viscoelástico?
De modo geral, é versátil e popular. Especialistas indicam este colchão sobretudo para quem sofre de dores nas articulações ou pontos de pressão (quadris, ombros), pois a espuma visco distribui uniformemente o peso. Pessoas com insónias ou sono leve podem gostar de se sentir “embrulhadas” pela espuma, já que ela minimiza pequenos movimentos.
Quem vive em clima frio também costuma preferir viscoelástico (dado que tende a reter mais calor, mantendo o colchão mais quente). No entanto, quem sofre frequentemente de calor noturno ou quem dorme de bruços pode não se adaptar-se bem, pois a espuma afunda menos nessa posição e a sensação térmica pode ser exagerada. No entanto, já existem espumas de viscoelástico com propriedades refrescantes e que podem combater o efeito término negativo destas espumas.
Os colchões de látex são fabricados a partir do núcleo de borracha natural, sintética ou uma mistura das duas. Devido às propriedades elásticas do látex, estes colchões entregam um suporte muito flexível: a elasticidade do látex permite absorver eficazmente os movimentos do corpo.
Vantagens:
- Excelentes para quem dorme agitado (absorve movimentos);
- Durabilidade elevada – um bom colchão de látex pode durar 10-15 anos;
- Muito ventilados e frescos (graças aos furos internos);
- Oferecem suporte firme e adaptável, podendo ter zonas de conforto definidas (ex. mais maciez no ombro);
- Naturalmente resistentes a ácaros (há menos áreas quentes/úmidas para a proliferação de pó).
Desvantagens:
- São, em geral, pesados e difíceis de manusear; muitos sentem uma rigidez inicial (os primeiros dias podem ser duros até a espuma amaciar);
- Os bons colchões de látex são mais caros (os modelos low cost podem deformar-se ou ficar irregulares ao longo do tempo);
- Sobretudo, o látex deve ser evitado por quem tem alergia ao látex, mesmo que ele seja bom contra ácaros.
Para quem é melhor?
O colchão de látex é indicado para quem quer uma combinação de firmeza e leve adaptabilidade. Por exemplo, quem dorme de costas ou de barriga para baixo costuma tirar proveito do suporte relativamente firme do látex. Quem dorme de lado pode optar por versões mais macias de látex, que acomodam os ombros e ancas. De forma geral, recomenda-se látex a pessoas que acordam com rigidez no corpo ou dores, pois o suporte uniforme pode ajudar a aliviar esses sintomas. Por outro lado, quem sofre de alergias respiratórias pode considerar o látex (por bloquear ácaros), mas se já tiver alergia específica ao látex não o deve escolher. Casais e pessoas que tendem a sentir calor apreciam a ventilação destes colchões.
O termo colchão ortopédico costuma designar colchões mais firmes ou estruturados, indicados para quem procura ajuda na postura e alívio de dores nas costas. Na prática, não existe um material específico: um colchão “ortopédico” pode ser de molas reforçadas, de espuma mais densa ou híbrido, desde que garanta suporte especial à coluna.
Vantagens:
- Quando bem feito, ajuda a manter a coluna alinhada e a distribuir o peso do corpo de forma adequada;
- Em muitos modelos, inclui zonas de conforto diferenciadas para aliviar pressão nos ombros e anca; bons colchões ortopédicos tendem a ser duráveis e proporcionam suporte consistente à cintura e lombar.
Desvantagens:
- Nem sempre são adequados para todos (se for demasiado firme pode causar desconforto noutras partes do corpo);
- Podem ter preço elevado (atingir esse equilíbrio exige materiais de qualidade); há confusão comercial sobre o termo, portanto é preciso testar o colchão em vez de confiar apenas no nome.
Quem precisa de colchões ortopédicos?
Tradicionalmente, pessoas com dores nas costas, artrites ou escoliose procuram estes modelos à procura de melhor suporte. Contudo, as recomendações atuais sugerem que cada pessoa deve escolher a firmeza conforme o próprio corpo e preferência – um colchão geralmente macio demais ou duro demais pode agravar dores. Em vez de se prender ao rótulo ortopédico, é melhor considerar colchões de molas ensacadas, latex ou híbridos de alta densidade, que oferecem bom apoio lombar. Em muitos casos, um colchão convencional de firmeza adequada é suficiente para melhorar a postura durante o sono. Se o principal problema for pontos de pressão na anca ou ombros, pode ser preferível procurar zonas de conforto específicas (por exemplo, colchão de látex ortopédico com áreas mais brandas). Em suma, o colchão ortopédico ideal é o que alinha a coluna e acomoda o corpo corretamente, não necessariamente o mais duro do mercado.
Colchões Híbridos
Os colchões híbridos combinam molas e espumas num único produto. Tipicamente têm uma camada de molas ensacadas no núcleo (ou micromolas) para suporte estrutural e circulação de ar, coberta por camadas de espuma (viscoelástico, gel ou látex) para conforto e alívio de pressão. Em essência, unem “o melhor dos dois mundos”: oferecem o conforto adaptável da espuma de memória com o suporte robusto das molas.
Vantagens:
- Conciliam conforto e suporte: proporcionam o acolhimento da espuma com o vigor das molas; costumam ser versáteis para todas as posições de sono (costas, lado ou barriga);
- Geralmente causam menor retenção de calor do que colchões inteiramente de espuma, devido à maior ventilação;
- Podem durar bem, já que a estrutura de molas reforça o suporte.
Desvantagens:
- O custo é mais alto – combinam tecnologias caras, por isso são significativamente mais caros do que colchões simples;
- São mais pesados e complexos de transportar e manusear devido às camadas múltiplas;
- Se mal feitos, podem apresentar desconforto (por exemplo, se as espumas usadas forem muito finas ou moles, perde-se parte do suporte das molas).
Quem deve optar por um colchão híbrido?
São ideais para quem procura um colchão versátil: muitos casais gostam dos híbridos porque oferecem suporte firme (bom para as costas) e conforto bem adaptado (bom para ombros e anca), tudo num só produto. Pessoas que alternam muito de posição durante a noite também podem beneficiar: a espuma acomoda movimentos enquanto as molas sustentam a estrutura.
Pessoas com calor noturno podem apreciar a boa circulação de ar dos híbridos, e quem sofre de dores lombares pode usar híbridos com espuma de gel ou látex para melhor alívio local. Resumindo, os híbridos são adequados a quem quer uma experiência equilibrada sem ter de escolher “só espuma” ou “só molas”. Contudo, quem tem orçamento apertado deve considerar se vale a pena o investimento extra ou se um bom colchão de molas ensacadas ou de látex simples resolve as suas necessidades.
Conclusão
Em síntese, não existe um colchão “universal”. Cada material e construção oferece prós e contras distintos. Colchões de molas são ventilados e firmes; os ensacados acrescentam independência de movimento e adaptabilidade; espumas convencionais são económicas e leves; viscoelásticos proporcionam alívio de pressão e conforto envolvente; o látex combina suporte e frescura natural; os ortopédicos focam-se no alinhamento da coluna; e os híbridos tentam agregar o melhor de cada um. Para escolher bem, deve considerar o seu perfil de sono: se dorme de lado ou costas, se sente calor com facilidade, se sofre de alergias ou dores, etc. É crucial experimentar o colchão na loja ou aproveitar períodos de teste, pois somente deitado se percebe o conforto real.
O investimento num colchão adequado recompensa-se com noites mais descansadas e menos problemas de saúde. Lembre-se sempre de trocar o colchão quando estiver gasto e alinhar a sua escolha com o seu corpo e preferências – só assim poderá tirar o máximo proveito de cada um dos tipos de colchões apresentados.
problemas de circulação, certifique-se de escolher um colchão que proporcione o suporte e os benefícios adequados. Por fim, o orçamento deve ser considerado, equilibrando qualidade e preço para fazer um investimento que valha a pena.
Agora que já tem toda a informação necessária, na hora de escolher o seu colchão, siga estas etapas: